Q: Inflação e política monetária

Os participantes do mercado e economistas têm revisado para baixo suas expectativas de inflação para 2025 e 2026 a fim de refletir os últimos desenvolvimentos na frente tarifária, a menor inflação de alimentos e a fraqueza do dólar em relação à maioria das moedas, incluindo o real brasileiro (BRL). Esses fatores não afetam apenas os próximos passos do Banco Central do Brasil (BCB), mas também têm implicações políticas. No entanto, o BCB não demonstrou intenção de iniciar seu ciclo de flexibilização monetária em suas comunicações recentes. Em sua reunião de julho, o Copom (Comitê de Política Monetária) manteve sua posição firme e deixou isso claro em seu comunicado. O ambiente global já era desafiador e se tornou ainda mais complexo com os EUA impondo tarifas ao Brasil . A projeção de inflação do Copom para o primeiro trimestre de 2027, que atualmente é o horizonte relevante da política monetária, é de 3,4% no cenário de referência (ante 3,6%), sustentada por um real ligeiramente mais forte, expectativas mais baixas na pesquisa Focus do BCB e uma mudança no horizonte de projeções para o 1T27.

Question 1

Inflação e política monetária

Accepted Answer

Os participantes do mercado e economistas têm revisado para baixo suas expectativas de inflação para 2025 e 2026 a fim de refletir os últimos desenvolvimentos na frente tarifária, a menor inflação de alimentos e a fraqueza do dólar em relação à maioria das moedas, incluindo o real brasileiro (BRL).
Esses fatores não afetam apenas os próximos passos do Banco Central do Brasil (BCB), mas também têm implicações políticas. No entanto, o BCB não demonstrou intenção de iniciar seu ciclo de flexibilização monetária em suas comunicações recentes. Em sua reunião de julho, o Copom (Comitê de Política Monetária) manteve sua posição firme e deixou isso claro em seu comunicado.
O ambiente global já era desafiador e se tornou ainda mais complexo com os EUA impondo tarifas ao Brasil. A projeção de inflação do Copom para o primeiro trimestre de 2027, que atualmente é o horizonte relevante da política monetária, é de 3,4% no cenário de referência (ante 3,6%), sustentada por um real ligeiramente mais forte, expectativas mais baixas na pesquisa Focus do BCB e uma mudança no horizonte de projeções para o 1T27.

Question 2

Atividade econômica

Accepted Answer

Na frente da atividade econômica, o tom foi um pouco mais suave, sugerindo que o comitê está começando a ver os efeitos de decisões anteriores. O comunicado disse que o mercado de crédito agora está "mais sensível às condições financeiras" e está "mostrando uma moderação mais clara". Mesmo assim, o banco central não está sinalizando nenhuma mudança de direção e está mantendo sua mensagem de que os cortes nas taxas não estão sendo considerados atualmente.
Os números das vendas no varejo de junho foram decepcionantes e, para piorar as coisas, os números de maio também foram revisados para baixo. Isso aumenta o risco de baixo crescimento do PIB no 2T25. As vendas totais em junho caíram 2,5% em relação ao mês anterior, marcando o pior trimestre desde o início da pandemia.
O crescimento das vendas do núcleo (ou seja, excluindo carros, materiais de construção e produtos no atacado) caiu pelo terceiro mês consecutivo, com alta de apenas 0,4%. A maior parte da fraqueza ocorreu em setores que dependem de crédito, provavelmente porque as condições de empréstimo estão ficando mais restritivas, mas até mesmo as vendas vinculadas à renda pessoal desaceleraram.
Além disso, o relatório de crédito de junho sugeriu desafios contínuos, com menos novos empréstimos e fraqueza contínua nos empréstimos privados consignados. No entanto, o mercado de trabalho ainda estava apertado – a taxa de desemprego caiu de 6,0% em maio para uma baixa recorde de 5,8% em junho (ajustada sazonalmente).
Olhando para o futuro, achamos que a economia continuará desacelerando pelo resto do ano. É provável que essa tendência mais suave persista, mas estamos monitorando quaisquer mudanças nas medidas de estímulo do governo.

Question 3

Cenário fiscal

Accepted Answer

O saldo em conta corrente do Brasil se deteriorou mais do que o esperado, principalmente devido ao aumento das importações de bens, um déficit de serviços mais amplo e mais saídas de lucros e pagamentos de dividendos.
Nos 12 meses encerrados em julho, o déficit atingiu USD 75 bilhões, superando o investimento estrangeiro direto no mesmo período. Como porcentagem do PIB, o déficit subiu para 3,5%, mais ou menos onde estava antes da pandemia.
Até o final de 2025, esperamos que o déficit diminua ligeiramente à medida que a economia esfria, levando à redução das importações e menores remessas para o exterior. No entanto, novas tarifas comerciais podem prejudicar as exportações, de modo que as perspectivas externas continuam desafiadoras, mesmo com a desaceleração do crescimento econômico.
Quanto às perspectivas fiscais, as receitas fiscais permaneceram fortes até junho, sustentando a posição fiscal do governo no primeiro semestre de 2025. Os gastos discricionários foram mantidos sob controle, principalmente porque os pagamentos de dívidas judiciais (precatórios) foram atrasados. Mas, em julho, o governo pagou BRL 70 bilhões em dívidas judiciais, sendo BRL 44 bilhões fora da meta fiscal. Esse pagamento deve dar um impulso à economia, mas também coloca mais pressão sobre a situação fiscal e sobre a dívida pública.

Question 4

Dinâmica política

Accepted Answer

As últimas pesquisas de opinião mostram que os índices de aprovação do governo subiram ligeiramente, já que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva encontrou alguma estabilidade após um início de ano turbulento.
Pesquisas realizadas no final de julho mostraram que o índice de aprovação do governo Lula subiu alguns pontos. No entanto, isso pode ser mais um ajuste pontual do que o início de uma tendência ascendente sustentada, já que a opinião pública ainda está bastante dividida. A queda nos preços dos alimentos nos últimos meses contribuiu para a popularidade do governo nas pesquisas recentes.
Em suma, as pesquisas apontam para um clima de otimismo cauteloso em relação ao governo, mas ainda há desafios políticos e econômicos significativos. Enquanto isso, a oposição está trabalhando para se unir em torno de um único candidato presidencial para a eleição em 2026.
Os partidos de centro e centro-direita têm apresentado candidatos em potencial e as negociações foram iniciadas para evitar uma divisão na oposição e garantir que o candidato escolhido seja competitivo na eleição presidencial.

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