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Investindo no Brasil: Um bom começo de ano

Uma análise econômica do início de 2024, discutindo temas de inflação, receitas fiscais, crescimento do PIB e mais.

01 mar 2024 4 minutos de leitura

O ano começou com boas notícias na economia brasileira, considerando dados de atividade, inflação, emprego, receitas fiscais e balança comercial. Leia a nossa análise sobre os principais fatores por trás da resiliência do país até agora e as nossas expectativas para o longo de 2024.

Atividade econômica

Nossos economistas acabam de aumentar o crescimento esperado do PIB do Brasil em 2024 para 2%, contra o 1,4% de antes. Os dados mais recentes sugerem uma reaceleração do crescimento do PIB no início do primeiro trimestre.
O PMI composto, indicador de confiança da Markit, expandiu para 53,2 em janeiro, com aumentos na produção, novos pedidos e índices de emprego. O PMI de manufatura subiu 4,4%, para 52,8, de volta ao território expansionista e ao maior nível desde julho de 2022. O PMI de serviços recuperou para 53,1, o maior em nove meses, com ganhos em novos negócios, emprego e novos pedidos de exportação.
As receitas de serviços também se recuperaram no terceiro trimestre. É importante ressaltar que as condições de crédito estão flexibilizando, o que impactará positivamente o consumo ao longo do ano. O índice geral de atividade econômica do BCB, o IBC-Br, foi de +0,82% m/m em dezembro passado, devido à melhora nos setores de produção industrial e serviços.

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O IPCA de janeiro ficou acima das expectativas do mercado, em 0,42% m/m e 4,5% a/a. No entanto, os últimos meses mostraram uma melhoria contínua do núcleo da inflação.

Olhando para o futuro, acreditamos que o núcleo da inflação pode continuar a desacelerar. Sobre a inflação além do núcleo, os preços dos alimentos provavelmente ajudarão a desinflação no segundo trimestre como resultado das recentes condições climáticas favoráveis, juntamente com um fenômeno El Niño que não foi tão forte quanto o esperado. Os economistas do banco de investimentos mantêm uma estimativa de 3% para o final de 2024 contra 3,8% do consenso de mercado.

Mercado de trabalho

O mercado de trabalho continua a dar sinais de resiliência com uma nova descida da taxa de desemprego e os salários continuam a crescer, mas a taxas mais baixas.

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) mostrou taxa de desemprego de 7,4% em dezembro, abaixo do consenso do mercado. A taxa de desemprego em novembro foi 0,5 ponto percentual menor do que em dezembro de 2022. Este é o menor número para um mês de dezembro desde 2014, quando a taxa de desemprego foi 6,9%. A queda na taxa de desemprego foi puxada pelo aumento da população ocupada (0,47% mês a mês), que foi parcialmente compensada pelo aumento da força de trabalho (0,33% mês a mês). O aumento da população ocupada foi impulsionado principalmente pelo setor informal. Esperamos que o mercado de trabalho permaneça resiliente nos próximos meses.

Arrecadação de impostos, tributações e mais

O ano começou bem na frente da arrecadação de impostos do governo. A arrecadação de impostos federais atingiu R$ 280,6 bilhões em janeiro e registrou aumento real de 6,6% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Os dados foram divulgados pela Receita Federal do Brasil (RFB) e representaram o melhor mês de toda a série histórica desde o início dos registros, em 1995.

A tributação de recursos exclusivos somou R$ 4,1 bilhões em janeiro, segundo a Receita Federal. Sem a correção monetária, a arrecadação apresentou alta de 11,48% em janeiro. Se as receitas tributárias continuarem surpreendendo para o lado positivo, e as despesas do governo não subirem acima das expectativas, poderemos ver um déficit fiscal primário menor do que o esperado no Brasil este ano. Isso poderia ajudar o BCB a reduzir as taxas de juros para níveis próximos à taxa neutra (em torno de 5% em termos reais) mais rápido do que o esperado.

Nas contas externas, a notícia também é positiva. Após o superávit recorde de US$ 98,8 bilhões em 2023, o mês de janeiro registrou superávit de US$ 6,5 bilhões, recorde mensal para a série histórica. A balança comercial deve permanecer em patamares historicamente elevados, impulsionada por grãos, petróleo e minério de ferro. O saldo comercial dos últimos 12 meses de US$ 103 bilhões foi o melhor para qualquer período de 12 meses já registrado. Em 2023, o déficit em conta corrente totalizou US$ 28,6 bilhões ou 1,3% do PIB, muito melhor do que o déficit de 2,5% do PIB em 2022, ajudado pela forte balança comercial positiva.

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