Question 1

Resiliência econômica

Accepted Answer

A economia brasileira começou o ano com um crescimento acima do consenso novamente, mesmo em um cenário de juros reais e nominais elevados e incerteza global.
Essa resiliência pode ser atribuída principalmente (mas não exclusivamente) ao forte desempenho do setor agrícola. Outros efeitos positivos da produção agrícola robusta incluem uma menor inflação de alimentos e aumento das exportações, o que ajudou a estabilizar o real (BRL).

Question 2

Impulsos positivos

Accepted Answer

A safra de grãos do Brasil neste ano será maior do que o esperado, segundo novos dados divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com os cálculos da Conab, a safra total de grãos do Brasil será de 330 milhões de toneladas, 11% a mais que no ano passado. O IBGE estima uma produção de 328 milhões, 12% a mais.
No primeiro trimestre, estima-se que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil tenha crescido aproximadamente 1,5% na comparação trimestral, impulsionado principalmente pelo forte crescimento do setor agrícola e pela recuperação do consumo das famílias. O segmento de Agricultura e Pecuária registrou um aumento substancial de 17,3% na comparação anual no primeiro trimestre, e cresceu 6,1% em relação ao trimestre anterior.
Enquanto isso, o setor industrial amplo — que engloba mineração, manufatura, utilidades e materiais de construção — apresentou um aumento de 1,6% na comparação trimestral. O setor de serviços também demonstrou um impulso positivo, expandindo-se 0,75% no mesmo período.

Question 3

Alguns sinais de moderação

Accepted Answer

A desaceleração da atividade econômica deve se tornar mais evidente na segunda metade do ano.
No mercado de crédito, há alguns sinais de moderação, com crescimento mais lento dos volumes de crédito e aumento das taxas de inadimplência, mas esses sinais ainda são relativamente modestos, considerando o grau de aperto nas taxas de juros reais observado até agora.
A principal explicação para a resiliência da economia diante do aperto monetário continua sendo o ritmo sustentado dos gastos públicos.

Question 4

Estimativas históricas

Accepted Answer

Como a maior parte da safra brasileira é exportada, o país também deve ter um saldo comercial positivo próximo ao recorde este ano.
Esperamos que o saldo comercial atinja um superávit de USD 90 bilhões em 2025, próximo às máximas históricas. De acordo com nossas estimativas, a conta corrente será de -2,5% do PIB em 2025, enquanto o investimento estrangeiro direto será próximo a 3,3% do PIB.
As entradas de dólares dos exportadores provavelmente contribuíram para a força da moeda brasileira até a situação atual. O real brasileiro está cerca de 9,5% mais forte do que o dólar americano até o momento, negociando com baixa volatilidade, o que contribui para um ambiente de negócios melhor no país, mesmo em um ambiente fiscal frágil.

Question 5

Alívio na inflação

Accepted Answer

Com relação à inflação, as revisões para cima das projeções do IPCA de 2025 perderam força. As previsões, que haviam se aproximado de 6%, já caíram para 5,5%, e ainda há espaço para uma queda adicional de 20 pontos base, devido a uma perspectiva particularmente mais favorável para os preços dos alimentos.
A safra abundante está ajudando a aliviar a inflação dos alimentos, enquanto uma taxa de câmbio mais estável e a suavização global dos preços dos bens também apoiam uma perspectiva mais benigna para a inflação dos bens industriais. Esses fatores podem adicionar um viés de baixa à inflação em 2025 e, potencialmente, em menor medida, em 2026 também.

Question 6

Possíveis desafios no horizonte

Accepted Answer

No lado fiscal, desafios significativos persistem, pois o atual quadro não é sustentável em 2027, dado a regra atual para despesas obrigatórias. O principal risco para este ano e para 2026 é a implementação de iniciativas que possam distorcer explicitamente ou implicitamente as regras fiscais, o que não é incomum em anos de eleições gerais.
O ciclo de aperto monetário está próximo do fim em um momento em que a atividade econômica permanece resiliente. Os diretores do Banco Central parecem trabalhar sob uma forte convicção de que a política está em uma postura altamente contracionista, e isso colore sua avaliação geral da economia.
O governo anunciou um congelamento de gastos que totaliza R$30 bilhões, superando substancialmente as expectativas do mercado de aproximadamente R$10 bilhões. Além disso, as autoridades inicialmente divulgaram um aumento no imposto sobre várias transações financeiras, incluindo aquelas relacionadas ao crédito corporativo (IOF).
No entanto, em resposta às reações adversas do mercado, algumas medidas foram revertidas posteriormente. Notavelmente, o IOF sobre transferências para fundos de investimento no exterior não será aumentado para 3,5% conforme proposto anteriormente, mas permanecerá em zero. Com relação às remessas destinadas a investimentos por indivíduos, a taxa de imposto vigente de 1,1% será mantida.
De toda forma, acreditamos que esses desenvolvimentos prejudicaram a confiança dos investidores, pois os impostos mais altos sobre remessas domésticas e compras de câmbio permanecem em vigor. A continuação desses aumentos de impostos estabelece um precedente que pode ser potencialmente invocado novamente no futuro.

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